Editorial

Sem descanso: precisamos pensar no depois

Vivemos raros dias de um pouco de alívio da tensão que se abateu sobre Pelotas desde o início de maio. O mês, que parece já durar um semestre, tamanha a quantidade de coisas que aconteceu, vai encaminhando-se para o final com uma tendência de estabilidade nos corpos hídricos da Zona Sul. Mas isso não significa que é momento de descansar. Pelo contrário: é momento de trabalhar ainda mais arduamente para reconstruir a Zona Sul e pleitear todo o apoio possível para isso.

Se no Editorial de ontem criticávamos justamente a ausência de autoridades além das locais por aqui, ontem o comandante-militar do Sul, General de Exército Hertz Pires do Nascimento, e o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), estiveram por aqui. Sinal de que um pouco de preocupação há e ficamos na expectativa para os passos das autoridades para os desafios que se avizinham.

Mas a boa notícia vem, mais uma vez, do Paço Municipal. A Prefeitura se antecipou e já lançou um programa local de reconstrução para Pelotas. Mais uma vez, uma atitude elogiável da gestão liderada por Paula Mascarenhas (PSDB), que ao longo desta crise se mostrou, mais uma vez, uma líder incansável em tempos difíceis.

É muita coisa para fazer e se pensar. Embora até aqui, e de acordo com as tendências, Pelotas tenha sido menos atingida do que o esperado lá atrás, há um trabalho hercúleo pela frente. Bairros inteiros foram afetados, a economia da cidade já sente significativamente e setores essenciais, como o agronegócio e a psicultura vão, a longo prazo, padecer com os efeitos de maio. Portanto, o trabalho é longo e deve durar alguns anos. É bom saber que ele já está sendo desenhado, ainda antes da crise passar de vez.

Vão ser necessários muitos recursos para isso, em um Município que já vinha sofrendo com uma crise financeira aguda ao longo dos últimos anos e que viu parte de suas finanças comprometidas com decisões de níveis mais altos de poder, principalmente vindas de Brasília. Agora, espera-se que estas outras instâncias contribuam nesta reconstrução. Pelotas parece estar fazendo até aqui tudo o que é possível, mas, financeiramente, talvez não seja suficiente. É sempre preciso lembrar que a vida acontece nas cidades, mas a divisão de recursos nunca leva isso em consideração. ​

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